17/05/2010

Aurora em mim


Criptônica e crítica



urge a aurora.



Rasga-se por uma fresta,



queima o recinto.



Finjo que sinto,



mas não sinto.



Enérgica, pálida... Insiste:



aurora, aurora, aurora...



Reage,! recuso. Reage, recuso



finjo que sinto,



mas não sinto, nem reajo.



Descolore a aurora fucsia,



cripta em crise.



Fuça meu ouvido.



Algoz, invade.



-Escuta! Surda.



- Escuta! Surda.



Grita a aurora como vitral rachando.



Finjo que sinto,mas não sinto.



Finjo que nem escuto.



Cripta trincada,



tranca-se a aurora em mim.



Cratera, chora lascas e cacos,



Rasga meus tecidos.



-Vomita! Engulo.



-Vomita! Engulo.



Finjo que sinto, mas não sinto.



À força engulo.



Esqueço.



Engoli, traguei, aspirei,



injetei, fagocitei a aurora.



Aurora em lascas exige liberdade.



Desfecho:



Escureço o dia.