23/03/2011

Poesia “Bocó” sobre o Amor


O amor é torto,
diferente em cada peito,
vem de qualquer jeito...
Invade, rasga, domina.
O amor contamina.
Não tem cura, nem vacina.
Arrebata, arrepia, arrepende...
É fenda, fissura.
Fresta de luz, luz de festa.
O amor é alergia,
Afaga a pele: como dor, como alegria.
O corpo quer...
Deseja.
A boca xinga, berra...
Depois beija.
A língua dança, se enrola...
Saliva.
O amor é agua na boca...
Apetite.
È coisa louca.
Rima chavão,,,
 Achar-se pavão e,
de mão dada,
desfilar na calçada.
O amor é nó na garganta,
é sem garantia...
Salto no escuro.
É vencer a covardia.
É absurda entrega absoluta.
Fingir calma quando rasga-se a alma
É aconchegar-se no peito,
dividir o leito,
acordar com medo.
É saber que te esperam...
Desespero.
O amor é mar bravio...
Falta...
Vazio.
É tecer a rede,
deitar na rede,
pescar com a rede.
É falar com a parede.
É desafio...
Desatino...
O amor é querer mandar no destino.
É não saber e,
ainda assim, crer.
É sofrimento e,
mesmo sabendo, crer.
O amor é escolher ter
e enfrentar o medo de perder.
É constante agonia.
É entrar numa fria.
Amor é cometer engano
e aprender o difícil perdão.
É fazer planos.
É o encontro com o não.
Amor é viver cantando.
É  o inevitável acabar chorando.
Amor é ter fé.
É imenso oceano.
É nadar onde não dá pé.
O amor não é...
Vai sendo...
a cada dia, todo dia.
Amor é seguir amando...