22/09/2012


Correnteza

Silêncio... Silencio.
Sentencia correntezas em mim, corre sem sentença meu corpo.
Louco, rouco, afoito, delicado...
Me inspira, te engulo em um só gole.
        
Silêncio... Silencio.
Sentencia inícios em mim, corre sem licença meu desejo.
Saboreia cada curva, canto, sulco...
Me arrepia, te sugo  em um só trago .

Silêncio...Silencio.
Sentencia prazeres em mim, corre sem consciência meus perigos.
Inocente, culpado, amante, amado...
Me tortura, te juro em um só gesto.

Silêncio... Silencio.
Sentencia estradas em mim, corre sem medo meus medos.
Invade cada espera, ilusão, fantasia...
Me reconhece, te concedo em um só beijo.

Silêncio... Confesso.
Sentencio afastamentos em nós, corro sem jeito meus desesperos.
Estranho, cruel, distante, fel...
Me assusta, nos  afasta  em um só golpe.

Silêncio... Rua.
Sentenciam-se realidades, corre-couraça nosso querer.
Tento desfazer-me de ti, de nós, dos nós...
Me entrego, te quero em um só sentimento: ardente, mesquinho, sincero, infantil, tímido, descarado, precoce, antigo, afoito, descuidado, gritante, calado...

Silêncio... Escrevo.
Sentencia-se a entrega em mim, corre corajosa minha escolha.
Criança, mulher. Doida, escondida, medrosa, ardida, doce, receosa, dada... Dada...
Me abro, me declaro só a te olhar.

Silêncio... Sussurro.
Sem tenência deito à cama, corre- febre meu despudor.
Te concedo a razão, me concedo a escolha ...e te obrigo à ela.
Ordeno-te nosso ‘nosso’...
Obedece e me ensina a liberdade?

Silêncio... Palavra.
Sem clemência cedo ao tempo. Corro a sina – de hoje-, esqueço o futuro... Rio do passado (‘desnavego’).
Me permito ser vento, ser teu acalento- teu aconchego... Dar o meu corpo sedento- minha cedente boca, minhas curvas nuas-cruas... Fazer de meus lábios toca à ti.

Te tento, me tentas, nos tentamos?

                                                                             Amanda

23/01/2012

leminsk

Haja hoje para tanto ontem.
leminsk


Abriga-me em tuas erradas curvas.

Obriga-me à existir em tua desistência ardida.

Roga que eu aqui permaneça e, ao meu sim, saia e me esqueça.

Briga com sussurros violentos, abre mão de mim,

porta afora empurra -me...

Atroz, agridoce veneno;

no arrepender-se: exuma-me. E, ao resto de mim, derrama teu perfume.