02/07/2010

Soneto do Amigo

Vinícius de Moraes

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Um comentário:

  1. Como sempre...magnífico.
    Encontro nas suas palavras você. Minha eterna amiga está aí, através delas nos encontramos. É de fazer chorar...Bjos, Rô Graça

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co-mente:encontro, cooperação entre nossas mentes...