06/09/2008

(Des) Culpa



Abortei-te;
ocou-se meu ventre...
Pensei-te,
para sempre,
ausente.
Mas tu,
teimoso espectro,
mesmo depois da evidente recusa...
Tu
ecoa em minha cabeça
e, nela,
te gero à força.
Eficácia da moral,
precocemente imputada e,
indigestamente , internalizada.
Tú, minha gestação da culpa.

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